quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Os meus filhos nascem de uma árvore perdida
como frutos nascem de um ventre profundo uma mão
telúrica que se arrasta desde a saliva da terra desde a seiva
a bebida amniótica que alguém nos deu a provar.
Os meus filhos são mutantes num mundo que não semeia
árvores são cegos da boca onde não cabe o elixir
são cegos como alguém que lhes deu olhos frutos
secos que não conseguem ser origem. Os meus filhos são
viagens que nunca conheceram caminhos raízes sufocadas
raízes afogadas em lágrimas e sangue. Os meus filhos caçadores
de uma palavra inexistente por inventar Inverno ou qualquer estação.
Os meus filhos. Artérias de um coração a hibernar.

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letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf