terça-feira, 16 de fevereiro de 2010



no caminho vê-se
ao longe a grande casa onde nasci
onde os prados entravam pela janela
e consumiam
religiosamente
a minha pele
rasa
pálida
embrionária
eu sinto
longinquamente
que já nada me pertence
que os olhos das rosas
estão vazios
murchos
e que os segredos se perderam
no meio das folhas
das árvores mais baixas
nos cheiros
escondidos das mimosas
uma voz chama

por um nome que me é familiar
mas já não sou eu quem passa
neste caminho
engolido pelas raízes.



(fotografia: Joana Moreira)

letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf