quarta-feira, 4 de novembro de 2009


a língua pelos lábios, estão magoados. às vezes
penso que fui uma esfinge diabólica, uma clarabóia
de uma sala barroca sem, masculina ou feminina,
vontade de estar. são as vezes que tenho, mais nada.
sinto um hálito no meu pescoço, o rumor de uma cortina
de chuva, caindo na minha pele, alucino?
ele é uma pergunta, um ciclo do qual me esqueço sempre.
é uma peça que ainda não reconheço, entristece-me
vê-la. gostava de ser aquela árvore que está ali, ou a sua sombra.
nelas estaria a salvo. não tenho fome, o meu estômago
está alienado pelo pensamento, talvez nem exista já.
brilha nas minhas folhas a felicidade dos pássaros,
ainda que não o saibam, a vida deles é a única,
a que significa realmente a palavra,
limpa de Objectivo, nela não cabe nada
porque não tem espaço.
o meu corpo está adormecido na terra, ainda.
sem mistério, o sentido é para dentro.

letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf