
faço um envelope translúcido onde a distância
entre nós caiba. Sem remetente, um envelope que te seja
familiar, para que me reconheças na caligrafia. No Ponto Final.
Uma duas três lágrimas, que não seque no caminho
o solvente da clausura, a fim de a saudade chegar intacta,
em forma de olhos que me deste, que tos roubei se calhar
sem querer, pedindo-tos de mãos ávidas. Se não me falta nada
para que quero tudo, de força, com força, exageradamente, desesperadamente.
Se fomos uma vez porque não sê-lo sempre e de vez em quando,
se a lua é nova ou cresce invertida, se os teus olhos são esquecidos, porque não
ver-me sempre e sempre e sempre: nunca matando a amnésia.
Cura para a nossa distância existe numa única palavra que nunca precisou ser dita.
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