sábado, 13 de dezembro de 2008

Entre Nós

Pego em mãos e com mãos
faço um envelope translúcido onde a distância
entre nós caiba. Sem remetente, um envelope que te seja
familiar, para que me reconheças na caligrafia. No Ponto Final.
Uma duas três lágrimas, que não seque no caminho
o solvente da clausura, a fim de a saudade chegar intacta,
em forma de olhos que me deste, que tos roubei se calhar
sem querer, pedindo-tos de mãos ávidas. Se não me falta nada
para que quero tudo, de força, com força, exageradamente, desesperadamente.
Se fomos uma vez porque não sê-lo sempre e de vez em quando,
se a lua é nova ou cresce invertida, se os teus olhos são esquecidos, porque não
ver-me sempre e sempre e sempre: nunca matando a amnésia.
Cura para a nossa distância existe numa única palavra que nunca precisou ser dita.


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letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf