terça-feira, 16 de dezembro de 2008

almanaque de saudade


eu viro-me e reviro-me arrumando coisas imprecisas
impropriamente revejo-me no reverso do espelho [avariado]
ceguei está tudo acabado parti sem reparar na roda
desenhada na retina do esquecido na corda estendida
do destino. eu viro-me e reviro-me e não consigo encontrar
qualquer sintoma de vida qualquer parte do meu corpo
pode estar esquecida afundada retida sepultada cativa
num fogo de uma chama que nunca foi acendida.
em mim talvez uma dependência intrínseca contida
de querer a memória como vida outra vez
sempre sempre e sempre a mesma realidade
sempre a mesma e única página do almanaque da saudade.

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letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf