terça-feira, 13 de outubro de 2009



a morte:

primeiro minuto


Neptuno ou outro planeta, luz azul ao fundo,
os meus pés são dois arados
enferrujados,
já só sinto um leve torpor, o ardor dos outros anos
já não tem lenha. Venha
neptuno ou outro,
que, com alvéolos brancos e limpos,
consiga ligar novamente todos os meus pedaços, façanha
menor, os remendos são usados. Verdadeiramente,
não vem ninguém. aqui estou submerso,
nesta linha tão fina, desfiz a bainha
do tempo, desse tempo perverso,
que vasculha as minhas entranhas,
é estranha a comida que pede.

Já não quero saber, neptuno, plutão, ou outro,
Outro qualquer, satélites talvez, algum que seja,
pequeno, não faz mal. Talvez tenha ainda solução,
lenha, não, não, não suporto mais
Arder.

Nenhum comentário:

letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf