domingo, 26 de julho de 2009

ensaios v
por vezes os ponteiros dos relógios
surgem-me como alfinetes breves
incisões na pele pelas quais desconfortavel-
mente me tento suster. por vezes
chegam simplesmente e eu sei
que eles estão ali como um
pesadelo são como sinos fúnebres
badalando para lá do meu sono.
por vezes são como lâminas
frias e descontentes
tesouras obcecadas pela separação
por vezes são vozes roucas
ou meros murmúrios resplandecentes
num céu carregado quase negro
trágico
como se quisessem algum destino.
que força existe por detrás deles
por detrás do deus?
há uma brecha porém algures
onde posso enfiar a boca
esperando
que o ar ao entrar
me liberte.

Nenhum comentário:

letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf