terça-feira, 3 de março de 2009


a felicidade é uma coisa que não se sente nunca
não se pode sentir.
não sendo fatal é extraordinariamente viciante
e quando sentida em demasia torna-se altamente tóxica
causando danos irreparáveis.
a felicidade devia ser proibida
uma vez que não nos torna lúcidos nem conscientes do perigo
que corremos e faz-nos esperar demoradamente cheios de esperança
de que o nosso conceito de felicidade se concretize.
a felicidade devia ser abolida porque é muito cansativa
e repetitiva e sugestiva e receptiva e divertida e competitiva
que chega a raiar a própria iluminação de todo o ser
(se ela não for a própria iluminação de todo o ser).
a felicidade havia de ser morta
assim nunca teríamos que saber o peso da sua ausência.

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letra

  • Antes que Anoiteça - Reinaldo Arenas
  • A Raposa Azul - Sjón
  • o ano da morte de ricardo reis - José Saramago
  • estorvo - Chico Buarque
  • Lavoura Arcaica - Raduan Nassar
  • o rei peste - Edgar Allan Poe
  • dom casmurro - Machado de Assis
  • a subjectividade por vir - Slavoj Zizek
  • a campânula de vidro - Sylvia Plath
  • o assalto - Reinaldo Arenas
  • xix poemas - e.e. cummings
  • Vigílias - Al Berto
  • pastagens do céu - John Steinbeck
  • Pela Água - Sylvia Plath
  • Budapeste - Chico Buarque
  • O homem duplicado - José Saramago
  • O nome da rosa - Humberto Eco
  • O retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
  • 1984 - George Orwell
  • Ariel - Sylvia Plath
  • Mrs Dalloway - Virginia Woolf