
há uma folha branca diante dos meus olhos.
há uma distância que eu não consigo percorrer,
um alcance que não tenho.
que horas são?
parece que os ponteiros estão aqui,
ruminando qualquer coisa que ainda não está sólida,
pêndulos na minha cabeça, nos meus braços,
quantos tenho?
no meu corpo a maré arrasta a noite remanescente,
árvores submarinas, os meus pulmões,
pétalas caídas no fundo de um saco.
a manhã é uma camisola,
um estado em que me encontro,
como palavras pesquisadas num dicionário,
sem sentido nenhum, depois.