melodrama
tenho os olhos escuros, da escuridão.
os meus pés são marcas e já não são
os meus pés, contradizem-se. a distância,
portanto, é algo de irrelevante, porque sou
apenas de um sítio. apenas o fogo crepitando
para lá do meu alcance, apenas a luz,
a destruição do lume
sorrindo dentro do meu próprio corpo.
eu entro e não me queimo.
(foto: joana moreira, mariana lopes)